segunda-feira, 21 de março de 2011
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Priestley, Joseph |
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Cartaz de apresentação |
Numa destas apresentações estava Sam Cooley, que na animação após a inalação feriu seus joelhos, e foi mais tarde, olhando para as pernas ensanguentadas que percebeu que um homem podia "entrar numa briga..." e não perceber ferimentos ou "se submeter a uma cirurgia sem sentir nenhuma dor no momento..."
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Galera muito louca numa balada de gás... |
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Wells, Horace |
Já li que sua experiência em Boston falhou porque o estudante de medicina utilizado era um tremendo cachaceiro, e por isso as doses de gás teriam de ser maiores para mantê-lo anestesiado. Bom, se for por isso, melhor não usar então NENHUM estudante de medicina em experiências do tipo, todos sofrem do mesmo problema...;)
Hoje o óxido nitroso, além de consultórios dentários em alguns países, é usado em anestesia geral, mas não como agente único, sim como adjuvante dos anestésicos inalatórios, diminuindo seu consumo. Horace Wells morreu sem saber a grande contribuição que tinha dado para medicina, e todos os créditos do advento da anestesia foram para Morton, cuja história contarei outro dia.
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Crianças, não façam isso em casa... |
terça-feira, 1 de março de 2011
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Paulo Tiefenhaler |
Larica total é um humorístico-culinário apresentado pelo excelente ator Paulo Tiefenhaler, até então bastante desconhecido da grande massa, injustamente a meu ver. Coincidentemente outro dia vi o cara numa participação na novela O Clone ao lado de Reginaldo Faria, limpo, penteado e falando com dicção precisa e não pude deixar de rir, já conhecendo seu trabalho no programa. Então, o programa é algo absolutamente tosco, em que Paulo de Oliveira (personagem do primeiro Paulo) dá "aulas" de culinária, mas uma culinária diferente: a culinária VERDADE, que nada mais é que aquilo que podemos produzir em casa com os instrumentos que temos, com os ingredientes disponíveis. A figura tosca do cara, com cabelo desgrenhado, o ambiente de sua própria cozinha num modesto apartamento no bairro de Santa Teresa, Rio de Janeiro (bairro famoso pela boemia, o Montmartre brasileiro), cozinha essa na maioria dos episódios meio suja, bagunçada, com limo nos azulejos, louça suja em quantidade na pia são o cartão de visitas do programa.
Há episódios que ele apresenta de pijama ou de moletom daqueles surrados de andar em casa, ou simplesmente de toalha após um banho. O cara é meio careca então a parte da cabeça coberta por cabelos ele faz questão de deixar em completo desalinho, parece a cara do Patolino quando a cabeça explode no desenho clássico da Warner.
Outro hit do programa são os utensílios de cozinha: as panelas são antigas e sem tefal, ele só tem 2 facas, de cortar pão, que ele usa pra cortar tudo (depois, com o tempo, compra outra), as facas Total Flex. Uma única colher de sopa estranhíssima, formas amassadas e por aí vai. E ele usa com maestria a própria falta de instrumentos adequados pra fazer humor. Seu liquidificador da década de 80 simplesmente derrete num dos episódios em que ele pôs algo muito quente para bater, e o mesmo liquidificador todo fudido é usado daí pra frente, sem conserto.
A dicção é a pior possível, um carioquês cheio de gíria, em alta velocidade, que ás vezes o torna ininteligível, o que também por si só é muito gozado. As referências que ele faz a vida de bairro, como quando ele cita os amoladores de facas que perambulavam pelas ruas antigamente, ou ao carro que compra ferro velho, têm um sabor especial meio nostálgico, principalmente pra mim, que estou chegando aos 40 e cresci numa casa no bairro da Ilha do Governador, subúrbio do Rio. Alguns termos que ele usa, como o clássico "XABLABLÁU", já incorporei ao meu dia a dia.
São duas temporadas já, disponíveis no Youtube ou no próprio site do programa (Googleia aí...), vale a pena ver cada episódio. Sua busca incessante de patrocinadores nesses 2 anos, até o episódio especial em que ele finalmente acha um, o texto inteligente e tosco ao mesmo tempo são outros comemorativos do programa, que já foi premiado inclusive. Vou apenas falar um pouco sobre 3 episódios imperdíveis:
1) O Frango Total Flex: Vale a pena começar por esse, pois é o primeiro de todos e somos apresentados à figuraça do apresentador. O episódio tem como tema o solteiro, que acorda depois de meio dia e não sabe se toma café ou almoça. A introdução é engraçadíssima, e depois o já clássico " Olha pra mim...não tenho cara de quem vai te ajudar?", pergunta com o inescapável sorriso de conquistador barato carioca. E pra abrir com chave de ouro, o frango da receita está podre, teve que ser trocado, e isso realmente aconteceu, como ele relatou no Jô Soares tempos depois. Aí em cima o vídeo...
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2) O Sushi de feijoada: Esse pra mim é o melhor de todos até agora. A premissa é o intercâmbio cultural Brasil-Japão, o texto é engraçado, a receita é daquelas que você não acredita que pode dar certo. A introdução, em que ele tenta cantar uma sambista com traços "orientais" é hilária, e o final apoteótico em que ele quase chora por falta de uma faca que preste para concluir a receita fazem deste o episódio perfeito. Veja aí em cima se não é verdade.O programa passa no Canal Brasil, sextas feiras, meia noite e meia...Isso aí, divirtam-se...;)
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- Hugo Pires Teixeira
- Médico, anestesista, ateu e peão
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