domingo, 10 de abril de 2011
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Zona de exclusão de Chernobyl |
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Embaixo a cagada era maior |
Moscou tomou 2 medidas: mandar um esquadrão de bombeiros drenar a água e depois selar o buraco mais efetivamente, com chumbo. Estes bombeiros seriam considerados heróis nacionais, mas os que não morreram sofrem até hoje de doenças ligadas à exposição. Apesar disso, algo tinha de ser feito para impedir o magma de continuar descendo, esfriá-lo mais efetivamente, pois por baixo do reator havia lençóis freáticos que, se contaminados, tornariam grandes rios da URSS impróprios para consumo.
Foi considerada outra operação: mineiros de Toula, a 1000 km de Chernobyl, deveriam fazer um túnel de 150 metros, 30 metros de profundidade, até o reator, e construir um dispositivo de resfriamento que acabasse com o problema, mas não sem um número razoável de perdas humanas. 10000 mineradoras passaram pelo túnel, sem ventilação e com altas doses de radiação, sem máscaras ou roupas especiais. E o mais legal: os mineradores em nenhum momento foram informados do perigo que corriam. A maioria morreu.
18 dias após o acidente, finalmente Gorbachev informa em rede nacional toda a extensão da desgraça.
O SARCÓFAGO: A cereja do sundae: resolvido o resfriamento do reator, restava o buraco e toneladas de pedregulhos radioativos, expostos aos elementos da natureza. Era preciso selá-lo e limpar a área. Foi então projetado um imenso sarcófago de concreto para sepultar o reator, mas como fazer uma estrutura grandiosa, nunca antes construída, numa zona com radiação altíssima, em que os operários não podiam ficar muito tempo próximos? resposta: 18 bilhões de dólares, milhares de mortes, e a falência econômica da URSS, que também serviu para acelerar o processo de abertura e fim do comunismo.
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liquidantes no telhado do reator |
A primeira parte do processo de construção do sarcófago foi a limpeza do telhado do reator, coberto por grafite altamente contaminado. Os robôs enviados inicialmente, devido a radiação, entravam em parafuso e se perdiam. Foi preciso mão de obra humana, num local em que os liquidantes podiam passar no máximo 45 segundos, tempo suficiente para jogar apenas duas pás de grafite de cima do reator. Foi um trabalho lento, cansativo, muitas vezes fatal.
Caminhões, gruas, tratores, tudo teve de ser adaptado para construção do sarcófago de maneira grosseira, para tentar minimizar a exposição radioativa. As autoridades soviéticas também iniciaram uma campanha de desinformação na opinião pública, tentando diminuir o impacto sobre o Partido Comunista. Um exemplo disso foi a decisão de aumentar o nível de radiação "segura" à qual o ser humano poderia ser exposto, "curando" miraculosamente milhares de pessoas, dispensando-as de hospitais...
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O sarcófago |
"O mais grave que vazou do reator 4 de Chernobyl não foram nuvens radioativas, foram as mentiras"
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- Hugo Pires Teixeira
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1 comentários:
Caraca meu, que bando de absurdos! Quanta idiotice e quem pagou foi o povo.
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