quarta-feira, 20 de outubro de 2010
  Última parte sobre as aventuras etílico-amorosas de nobres colegas de profissão, começo pela situação sem sombra de dúvida em que eu mais ri em minha vida. Hoje prestarei homenagem também aos pudicos Imperadores Romanos mais famosos da História.
Vale do Alcantilado, em Mauá
  Ano corrente de 1995, bucólica e aconchegante cidade de Visconde de Mauá, no Rio de Janeiro. Pra quem não conhece, Mauá é um lugarejo fundado por hippies, com grande preseça dos mesmos até hoje, visual belíssimo. Num camping qualquer, em duas barracas, muita cerveja Sol e Jose Cuervo, encontravam-se amontoados eu, Einstein(lembram dele?), Nero e Calígula em outra. Lá pelas tantas, Nero consegue arrastar para sua barraca a muito custo uma recatada integrante de uma Igreja Evangélica da região. Após argumentação acalorada, ele consegue iniciar com a mesma o desejado intercurso sexual, quando Calígula, totalmente ébrio, abre o zíper da barraca para dormir. A religiosa então começa uma ladainha de "aimeudeus, aimeudeus..." e Nero consegue convencê-la a ficar, pois o outro já estava praticamente em coma e não iria atrapalhar, e esse foi seu erro... A mesma se deixa convencer e continua com os choques pélvicos e gemidos em sucessão, quando de repente Calígula desperta, pula pra cima do casal dizendo "eutambémquero, eutambémquero...". Ato contínuo, a pobre começa a gritar "Ai Jesus, porque me abandonaste?", põe a roupa de qualquer jeito, consegue se desvencilhar da situação e sair da barraca.
Nero em desespero...
   Nesse momento, eu e Einstein saímos de nossa barraca e vemos a seguinte situação: Uma menina seminua, aos berros de aijesus, correndo pelo camping, sendo PERSEGUIDA por Calígula, que tentava inutilmente passar uma banda pra coitada cair. Como Calígula tinha asma de esforço e estava chapado, ela consegue fugir, e este volta em plena crise asmática, procurando sua bombinha salvadora. Eu e Einstein deitados no chão de tanto rir, e Nero puto da vida dizendo: "Porra, esse filha da puta podia pelo menos esperar eu gozar!!!". Cai o pano

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Ahhh Porto Seguro...
  Após um bem sucedido Carnaval em Guriri, partimos eu, Einstein(sempre ele...), Tibério e Marco Antônio para Porto Seguro, farrear mais uns dias e tentar mais alguns pontos no nosso escore de machos-chauvinistas-sem coração (Andréa, se você ler isso, saiba que eu te amo e não sinto a menor falta desta época, você é minha vida agora... ;)). Tibério gostava muito, nos últimos dias de Carnaval, de aproveitar o máximo possível, ficar virado direto sem parar de beber.
  Cumprindo esta rotina, quando saímos pra Porto, Tibério desmaiou no banco de trás e permaneceu na mesma posição até o destino. Estávamos sem pousada reservada, então paramos e fomos procurar, só que quem disse que conseguíamos acordar Tibério? Gritamos, sacudimos, jogamos água, cheguei a dar uns tapas bem fortes em sua cara, arrancando gargalhadas dos outros, numa brincadeira maldosa que tínhamos na época reservados para os amigos nessa situação...(rio só de lembrar das porradas, sou imaturo?). Segue-se o diálogo:
  Eu: Fecha o carro, larga esse porra aí e vamos procurar, a gente volta rápido.
  Einstein: O cara vai morrer sufocado aí...
  Eu: Sufocado porra nenhuma, o carro não é completamente vedado, sua besta. Se quiser, deixa uma frestinha aí pro cara respirar então.
  Einstein: No cu, não vou facilitar pra bandido roubar.
  Eu: faz o que tu quiser então mas vamos então se não a gente vai dormir no carro com esse cretino aí.
Neste carro embaçado dorme uma pessoa feliz...
Partimos, achamos a pousada e resolvemos beber uma cervejinha, afinal era só uma e Tibério ficaria bem, o máximo que ia acontecer era ele acordar e não saber onde estava. Bom resumo da Ópera: Tomamos 352 cervejas, conhecemos um grupo de nativas bem abertas ao relacionamento, no sentido bíblico da palavra, e só lembramos do carro as 3 da matina. O engraçado dessa história, além dos tapas, foi o DESESPERO que voltamos correndo pro carro, somente para constatar que o pobre Tibério dormia ainda, NA MESMÍSSIMA POSIÇÃO, com o carro todo embaçado. Dessa vez meus tapas surtiram efeito, o cara acordou e fomos dormir...Einstein hoje é ortopedista dos bons, assim como Tibério. Marco Antônio foi meu veterano na anestesia e ainda trabalha e mora no RJ.

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Praia em Guriri...
  Em outra situação de Carnaval em Guriri(gostávamos muito de lá, fica no Espírito Santo), após a noitada voltamos pro hotel exaustos. César e Augusto eram dois irmãos enormes, muito fortes mas absolutamente pacíficos, odiavam briga. César inclusive foi campeão juvenil brasileiro de judô e foi cotado pra ir para Olimpíada de 1988, naquela época era também faixa preta de jiu jitsu, é anestesista hoje e foi meu companheiro de plantão durante um bom tempo. Augusto não era tão grande, mas era tão alto quanto César, 1,98 mais ou menos, então dá pra imaginar os dois numa altercação mútua...não sobraria nada em pé, talvez nem as paredes.
Código de Barro
  Voltamos então para o hotel e César, meio bêbado, disse que estava se sentindo mal, provável gastroenterite aguda causada pelo álcool mais os dois xis-tudo que ele havia consumido em apenas quatro dentadas. Foi ao banheiro e evacuou copiosa e sofridamente, deu pra escutar os gemidos e imaginar o suor frio e as jugulares dilatadas. Depois tomou banho e foi deitar. Na manhã seguinte fui acordado pela discussão fortíssima dos dois, achei que era o Armagedon. Chamei mais 2 colegas e conseguimos separar os brigões. Indaguei então os motivos. Augusto contou que César, bêbado na noite anterior, não achando papel higiênico no quarto, havia se limpado com a toalha de rosto, pendurado de volta com a freada virada pra dentro ( o tradicional "código de barro"), e Augusto só percebeu a artimanha quando foi enxugar o rosto. Imaginem o resto da cena...
   Bom gente, vou ver se encontro algum assunto sério pra falar no próximo post, pra variar um pouco.



  

3 comentários:

Lucas Hingis disse...

hahahahahahahahahahhha.. Deu pra rir aqui!

Seu amigo Tibério é muito jacu em perder a curtição por excesso de álcool. Ele chegou a misturar cerveja com destilado, né? Eu não faço mais isso.

Edilene Ruth disse...

AHUAHAUHAUAHUAHAUHAUAHUAHAUAHAUHAA

Rir né, fazer o que...
Cara, vc tem mta estória pra contar e das boas, nem consigo raciocinar pra comentar, só risada mesmo.
Beijão Doutor
Edilene

Hugo Pires Teixeira (@hugopt) disse...

Conhecendo bem toda a turma e já tendo participado de alguns momentos desse tipo pós Carnaval, só resta saudade da todos.
Vale mais algumas com outros personagens raros desse império como a de um casamento onde um forte guerreiro deixou a sua biga e teve de ir embora à pé por causa do teor alcoólico, lembra disso?
Está excelente esse post.

Dea Vanzan.

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Médico, anestesista, ateu e peão

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