segunda-feira, 11 de outubro de 2010


Criação de Adão...
    Por favor, o conteúdo deste post é só e somente minha opinião, além de como me tornei ateu. Respeito toda e qualquer pessoa com pensamento diferente do meu, desde que não venha a interferir com minha vida negativamente. E, como eu costumo dizer, minha opinião não vai mudar o mundo...
    Num mundo em que  a educação, a internet, a globalização deveriam ajudar a exterminar a falácia da religião da vida do homem, o que se vê, infelizmente, é o oposto; cada vez mais se vê gente de todas as raças e níveis sociais dedicando tempo precioso de suas vidas em “adorar” ou “louvar”  a “deus”. A admissão do ateísmo gera  repulsa, às vezes até agressiva, no mínimo um desconforto. Eu diria até que o ateu hoje ocupa a posição que era do homossexual em outras épocas. Um candidato à presidência pode admitir ser ateu? Melhor não...
   Me lembro bem quando fui fazer a ficha de admissão de minha mulher quando do nascimento de nossa primeira filha, numa maternidade administrada por uma ordem religiosa em minha cidade, a freira fazia o cadastro, perguntou “Religião”, ato contínuo respondi “agnóstico”...ela levantou os olhos da ficha, como que não acreditando, depois fez uma negativa com a cabeça. E agora, pensei, teria eu feito bobagem? Minha mulher não seria bem atendida por causa desse detalhe?  Será que não era melhor eu ter engolido em seco e mentido?
Fadas são legais pra tatuagem...
   Em primeiro lugar o termo “ateu” em si é um paradoxo. O “a” é um prefixo de negação, mas se não cremos na existência de deus ou qualquer tipo de divindade, a palavra não existe. Explico: não creio na existência de fadas, isso faz de mim um “afada”?  O agnosticismo talvez seja uma denominação melhor, isto é, é impossível comprovar a não existência de qualquer entidade sobrenatural. Ora, o ônus da prova é de quem afirma... Mas vou usar o termo "ateu" que já está sedimentado pelo uso.
   Fui criado por uma família católica, fiz catecismo, crisma e etc, mas nunca foi suficiente pra mim as explicações que a Igreja dava para os mais diversos assuntos, além do fato de eu achar hipócrita fazermos coisas que a Instituição condenava e se dizer daquela religião. O processo aconteceu lentamente, o rompimento foi gradual e surpresa, eu continuava honesto e ético mesmo depois de não mais acreditar em nada daquilo...o mais difícil hoje talvez seja convencer minha mãe que uma criança pode ser educada e se tornar uma pessoa boa sem “deus”.
Rosa Parks presa...
   Porque a sociedade acha que toda ética vem de “deus”? Isso foi implantado em nossa cabeça igual a um microchip, mas pare pra refletir. Você imaginaria hoje alguém entrando no ônibus e mandando uma senhora negra se levantar? Isso nos anos 40 ou 50 era absolutamente normal e mudou...o que teve "deus" a ver com isso?  Na minha cabeça foi uma conscientização coletiva do que é certo e errado neste caso, algo que Rosa Parks nos fez enxergar de maneira brutal...

Esse exemplo apenas ilustra um caso em que a SOCIEDADE progrediu, como em vários outros. A Igreja não sustentava a escravidão, baseada em algo escrito na Bíblia? Mas a bíblia mudou? Não, o que mudou, segundo os teólogos, foi a "interpretação", algo que meu pai chama de "hermenêutica" ou "exegese"... Se você pegar um determinado livro da Bílblia, não pode ler de maneira literal, ou seja, não vamos apedrejar uma mulher por adultério, certo? certo, mas logo abaixo, por exemplo, vemos a demonização do homossexualismo. Daí, sim, podemos seguir literalmente o que está escrito.

Daniel Dennet, um dos expoentes do ateísmo e darwinismo "pitbull"
 Não tenho certeza se concordo que as massas devam ser mantidas sob o tacão da religião, que afinal de contas tem seus benefícios, mas baseados em algo que não creio. Sobre o "acreditar no acreditar" o conciso Daniel Dennet tem mais a oferecer em sua obra filosófica do que este aprendiz de blogueiro.

Não esgotei o assunto religião, volto ao mesmo em outro dia...

5 comentários:

Nat's disse...

Eu também não concordo com a maioria das coisas que a Igreja Católica diz. Aqui mesmo a Catedral de Maringá suspendeu 60 cestas básicas para a minha comunidade, pq a mesma entrará em reforma.
O que Deus têm a ver com isso? Absolutamente NADA.
Os homens são falhos. Sejam eles religiosos ou não. Padres, pastores e etc.
Mas eu acredito que exista um Deus. Um Deus que me dá forças e no qual eu me apoio sempre.
E o fato de eu acreditar, não faz com que eu perca horas do meu dia, ou me torne uma pseudobeata que enxerga tudo qto é coisa do mundo, como pecado.

Pipo disse...

cara, eu cresci sem Deus. minha mãe em determinado momento da vida começou a se apegar ao kardecismo, mas nunca cobrou nada nem dos filhos, nem do marido. então cada um em casa acreditava (ou não) no q achava melhor e ficava tudo por isso mesmo.
já a minha mulher vem de uma família evangélica e sofreu um bocado por questionar a q a igreja dizia. acho esse um dos grandes problemas das religiões: não respeitar opiniões diferentes.

no mais, belo post. aguardamos os próximos...

Nat's disse...

É!!! Eu estudei em colégio evangélico. E lá... ao invés de se pregar coisas boas, o Pastor só sabia falar mal.. e bem mal dos católicos e dos espíritas.
Eu não condeno ngm. Meu ex-namorado era Ateu, e vivemos bem por 7 anos. Não foi a diferencia religiosa que fez com que acabasse. As pessoas são livres pra acreditarem no que fizer bem a elas.

=D

Hugo Pires Teixeira (@hugopt) disse...

Valeu Pips e Nats, beijos

Nerci disse...

ah...como acreditar num "deuzinho safado pintado pelas religiões"? Que só me ferra? Que só me ama e me faz feliz se eu ceder as suas chantagens?
Que me aterroriza em nome da boa conduta, moral e ética. Impossível.
bjo

Quem sou eu

Médico, anestesista, ateu e peão

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