segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Se você por acaso estiver se perguntando o porque desse termo recorrente que eu uso pra me descrever, explico:  nos dias de hoje, o médico perdeu aquela aura de glamour de outros tempos, do ser além do bem e do mal, do super humano, do herói...A realidade nua e crua das contas no fim do mês, dos plantões mal remunerados, da tabela defasada das cirurgias e consultas nos levam a uma carga por vezes desumana de trabalho, noites em claro debruçados sobre vidas, onde o número é mais importante que a qualidade do atendimento, onde os detalhes de faturamento dos convênios são mais importantes que os próprios pacientes em si.
Isso faz de nós operários e vetores da saúde, mas nós mesmos doentes física e psiquicamente, embrutecidos pelo cotidiano, pelo mapa cirúrgico enorme, pela fila de pacientes para "derrubar". O que esperar de uma profissão em que um parto, com toda sua responsabilidade ética, legal e humana é mais barato que fazer luzes em um cabeleireiro?
A refletir...

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