domingo, 19 de setembro de 2010
La Pitiè Salpetrière
   Tive o privilégio de fazer um estágio de 4 meses no Hospital La Pitiè Salpetrière, em Paris, no ano de 1999. Era uma espécie de convênio que minha Residência, a Federal do Rio de Janeiro mantinha com o serviço deste e o H. Saint Antòine. Eu e meu colega de residência ficamos no La Pitiè e havia mais um casal conosco, que se dividiram por outros dois hospitais da cidade. O estágio era em anestesia para transplante hepático, mas ficamos também um pouco no serviço de cirurgia vascular de grande porte. Esse foi o momento que mudou minha vida, pois essa super especialização me levou num rumo pra fora do Rio de Janeiro na volta pro Brasil.
Dr Hugo desembarca em Paris
   Morar fora trabalhando dentro de sua profissão é uma experiência que não conta só profissionalmente, é uma experiência de vida, algo que, mesmo trabalhando de graça como foi nosso caso, é tão enriquecedor que deveria ser obrigatório. Dificuldades sempre existem, já dentro do país, imagine fora. Barreiras culturais, de nível tecnológico, da língua são as principais. O nível técnico era bem parecido, estudávamos nas mesmas fontes, mas a disponibilidade de material de um país de Primeiro Mundo não se compara com os hospitais que eu estava acostumado. Era o próprio tupiniquim desembarcando na metrópole.
Eu apanhando da língua francesa no Mac
   Lógico que a língua foi nossa primeira pedra no sapato, embora tenhamos feito 1 ano e meio de aula particular intensiva, uma coisa é conversar com a professora, falando devagar e tal, outra é tentar falar um idioma na terra alheia, sendo que o parisiense é famoso por falar rápido e por sua falta de paciência. Tivemos dificuldade até de pedir o lanche do Mc Donalds na nossa primeira refeição, logo na chegada, simplesmente não saía...

Eu, Rafael e Humberto aguardando chamado do hospital
Quando fomos ao hospital conhecer nosso chefe, não entendemos metade do que ele falou, só a parte de onde era o refeitório. Ficamos sabendo que quando houvesse transplante de madrugada, nos ligariam em casa. Pois bem, na primeira vez que me ligaram de madrugada, não entendi merda nenhuma do que foi falado. Meu colega Rafael perguntou quem era, e eu disse que devia ser transplante, pois ninguém mais nos ligaria aquela hora. Fomos pro hospital e eu estava certo. Lógico que depois houve outra vez que ligaram tarde da noite, fomos pro hospital e era engano...

L'Amour toujours l'Amour...
Depois de um tempo fomos dominando a língua, deu até pra conversar com umas senhoritas interessantes, na língua universal do amor... Até o próximo post, parte II...

1 comentários:

Edilene Ruth disse...

hahahahahahaha, o refeitório vcs entenderam muito bem onde era né??
Uma experiência muito interessante, aguardando próximo capítulo!!
Beijos, Edilene
http://devaneiopulsante.blogspot.com

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Médico, anestesista, ateu e peão

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